Outro tipo de formação caracterizado pela influência do regime de cheias são os capões. Os capões são verdadeiras ilhas de vegetação arbustivo-arbórea presentes no Pantanal, que se sobressaem na paisagem. Na margem interna dos capões existe uma região conhecida como cinturão de acuris (Attalea phalerata), os acuris são conhecidos por produzirem frutos dos quais as araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) se alimentam. Ainda não há informações definitivas quanto a origem dos capões, alguns pesquisadores acreditam que os capões se originaram a partir de processos de erosão diferencial que resultaram no surgimento de áreas mais altas do que o seu entorno; outros dizem que o surgimento foi devido aos murundus que ali existiram e geraram acúmulo de material levando ao soerguimento da área. Há ainda uma terceira hipótese, a da origem antrópica segundo a qual, os índios Guató, que durante a época de cheias procuravam se abrigar em áreas elevadas naturais do terreno, construíam aterros enterrando material que não sofreu erosão em relação ao seu entorno mantendo assim a área elevada. Independentemente de sua origem, os capões são de extrema importância para a fauna local, pois quando há o aumento do nível da água, os animais os utilizam como refúgio e proteção.
Vista externa de um capão Cinturão de acuris (Attalea phalerata)
Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) Figueira mata-pau (Ficus sp) envolvendo o caule de um acuri